Cairo - Dia 1

Peguei o trem das 16h para o Cairo, de Aswan. A cabine dupla. Como todo viajante brasileiro, a esperanca de que uma linda moca, solteira e cheia de amor para dar ocupe o outro banco. Mas, como esse tipo de coisa so acontece no Brasil, por aqui ja sabia que, no minimo, um cara barbudo iria ocupar a cabine e roncar a viagem toda. Tive sorte: uma familia ocupava a cabine ao lado e a minha. Deixara-me sozinho. Cabine so pra mim. Otimo!

Chego bem cedo ao Cairo. Pego o primeiro metro, as 06h00. Vou direto ao centro, hospedar-me no DAHAB HOSTEL, uma opcao barata, no centro e cheio de mochileiros. Pergunto a respeito dos passeios ao deserto. Sabia que os precos eram melhores que nas agencias. Experiencia de viajante: nunca fechar o pacote logo que se chega. Esse momento e' crucial: e' quando te fazem pagar mais pela ansiedade. Eu teria ainda 3 dias no Cairo para decidir. Informei-me e segurei a ansiedade.

Essa manha, decido visitar o Museu Egipcio. Em seguida, visitar a Cidadela e o Cairo Copta (Cairo Antigo). E' o que faco. O calor aqui nao esta tao forte como em Aswan. O museu parece mais um grande deposito de sarcofagos. O grande destaque e' para Tutancamon, que como farao e' inexpressivo. Mas, como foi a unica encontrada intacta, sua importancia e' mais para arqueologos, historiadores e turistas.

Almoco, durmo um pouco e me aventuro a pegar onibus nesta cidade caotica e suja. Consigo. Afinal, viagem por todo Oriente Medio me deu alguma experiencia. Chego e a cidadela recem fecha. Vou para o Cairo Antigo (Cairo Copta) e.. tambem fechou. Tudo fecha as 16h por aqui. Antes, paro numa mesquita e medito.

O Cairo e' igual o circuito Luxor-Aswan: sempre malandros tentando arrancar teu dinheiro, enganar-te. E' bem chato isso. Irrita. Mas tudo bem. Entao, na igreja de Santa Barbara, aparece um perdido sulamericano. Vejo que tenta se comunicar com um dicionario. Entao, estendo-lhe a mao. E' um argentino! Seu nome: Facundo. De San Luis. Familia simples. So terminou ensino medio. Sua mae casou com um espanhol apos ser viuva. Ele, foi para a Espanha ser trabalhador bracal. Cortador de arvores em uma empresa florestal. Melhor para viajar na Europa. Sem ingles ou outro idioma. Recem havia chegado ao Cairo. E sendo explorado.

Ensino-lhe os primeiros passos de um mochileiro. Finalmente, sou um mochileiro com alguma experiencia, pois ja posso ensinar a outros. Primeiro passo: falar ingles. Depois: ter um guia (tipo o Lonely planet). E: saber sites com hostels; roupas para carregar; etc. LEvo-o ao meu hostel. E entao, no dia seguinte, eu racharia um quarto com ele. E decidimos ir a Alexandria.

De noite, converso com a turma de viajantes. De todos os lugares do mundo. Piramides, no Sabado com um grupo que recem formamos ali.