terça-feira, 15 de junho de 2010

Gastos 1

1 - Como calcular o orçamento?

O primeiro passo para se poder viajar é querer. É preciso certa dose de coragem para deixar o cotidiano, terra conhecida, para enfrentar lugares desconhecidos. Querer é o mais importante. Vontade de desbravar. Aventura pode existir. Eu diria que o essencial é planejar linhas gerais do que fazer e, com essa base segura, deixar o acaso fazer o resto. Ou seja, estar sempre preparado para o que der e vier. O segundo passo é ter tempo e uns trocados a mais.

Tempo. Tem gente que se satisfaz com feriados prolongados. Há aqueles que precisam de 1 semana. Eu, por exemplo, só gosto de viajar com mais de 15 dias. Menos que isso, é só passeio. Meu tempo ideal de viagem, até o momento, é entre 1 e 2 meses.

Dinheiro. Em geral, há uma crença de que é preciso muito dinheiro para viajar. Claro, para mochileiros, qualquer troco a mais já se transforma numa viagem. Para o típico turista, viajar significa: pacotes turísticos, hotéis 3 estrelas ou mais, gastos com souvenirs e besteiras quaisquer. Tudo depende de como se quer empenhar o dinheiro. Quando conto quanto gastei nas minhas viagens para as pessoas, todos se impressionam. Não há segredos: quem quer conforto, fique em casa ou visite aquele parente abastado. Viajar, sem precisar de muita grana, exige um esforço mínimo: abrir mão da frescura. Conforto, isso depende do ponto de vista!

Cálculo. Como eu fiz para saber quanto gastaria, aproximadamente, nesta viagem? Eu fiz da seguinte maneira:
1) Comecei conversando com outros mochileiros. Tanto aqueles que foram há um tempo, quanto aqueles que acabaram de chegar. Entrei nos fóruns do orkut, mochileiros, viajante, lonely planet, etc. Mandei mensagens. Alguns, troquei e-mail e conversamos no MSN.
2) Nesses fóruns, vi mais ou menos o que eu gastaria. Por exemplo: em Aqaba, gastaria com o ferry boat, comida, hospedagem e transporte. Em Tsfat, eu poderia descolar um alojamento de graça nos centros de Caballa. Em Istanbul, a concorrência de hostels me ofereceria melhores preços, etc.
3) Em sites e livrarias, peguei os guias dos lugares a visitar. Então, fiz os cálculos. Quanto sai o transporte de uma cidade à outra? Quanto custa um prato de comida? Quanto é o hostel? E assim, fechava uma estimativa do "custo-cidade" em cada país. Então, fiz a escolha de quantas cidades visitaria em cada país, em função de meu tempo e dinheiro disponível.
4) Novamente, reconsultava os mochileiros e os fóruns, para confirmar as informações.
5) Em sites oficiais de turismo, olhei os preços dos passeios. Isso também me deu idéia de quanto eu gastaria.
6) Perguntava também para turistas comuns, quanto gastaram. Com certeza, eu gastaria bem menos que eles.
7) Adicionar mais uma quantia significativa para imprevistos. Eu calculo sempre mais 30%.
8) Ponderar gastos pré-viagem, como: roupas novas, seguro-saúde, apetrechos, etc.
9) Fechei o "custo-cidade-país" de um modo geral e amplo, com uma estimativa maior do que simplesmente o preço de comida, hostel, transporte, passeios.

Dicas. Em geral, os gastos de uma viagem são os seguinte: 40% transporte; 35% comida, hostel, etc.; 25% bebida e diversão. Pode-se minimizar esse gasto deixando de beber. Eu fiz isso. E foi uma bela economia. Economizar em hostel é uma boa, mas nem sempre reverte num ganho financeiro significativo. Ficar em quartos compartilhados e sempre mais baratos, no fim da viagem representa uma diferença no orçamento. Usar o couchsurfing pode ser uma boa. Os prós: o anfitrião conhece pontos estratégicos; economia na hospedagem; talvez economia em outros gastos; trocar informações culturais enriquecedoras. Os contras: deixar de conhecer outros mochileiros; perda da liberdade; perda da sensação de descoberta; não vivenciar situações inusitadas que só acontecem ao acaso. Comer, quem faz comida sabe da economia. Mas nem sempre se pode cozinhar nos hostels. Transporte é a chave. Pegar ônibus mais baratos, vans, carona. E, claro, deixar souvenirs para a última hora em cada país. Lembranças minúsculas são as melhores. Carregar muito peso não é bom. O melhor é ponderar que a mochila é pesada e há muito a se percorrer ainda. É assim que eu faço nas minhas viagens.





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