domingo, 16 de maio de 2010

Tsfat, Nazareth, Tel Aviv

Ontem chegaram mae e filha como hospedes na casa de Chen. A mae, do Kazaquistao. A filha, alema. Notei que nao eram alemas tipicas. Aquele olho puxado, mas nao exagerado, era diferente. Foi bacana saber como e' esse pais asiatico. E eu, contando uns causos do Brasil, da Amazonia, do povo brasileiro!

Acordamos e hora da despedida. Chen me leva para Tsfat, onde eu tinha como alvo umas aulas de Cabala. As ruas, que no dia anterior estavam vazias, hoje ganharam vida. Uma rua cheia de atelies, artistas, quadros, etc. Bem legal. Depois, em busca dos centros de cabala. O primeiro, sem ninguem. Entao, entro numa sinagoga. E o cara me explica o que eu precisava: Cabala e' um conhecimento antigo. Transmitido de mestre a discipulo. Depois de uma determinada epoca, alguns Rabinos colocaram em livros. Mas, nao e' para qualquer um. Podemos ler, mas entender e' para poucos. Entao, eu posso comprar um livro, mas nao o entenderei, pois e' uma tradicao oral. As traducoes, nao sao a mesma coisa. Entao, ele me pergunta: "qual tua religiao". "Cristao". Ele reforca um pensamento que eu ja vinha adquirindo: "siga na tua religiao e seja bom com as pessoas. Vc chegara ao mesmo ponto".

E' exatamente isso. Todas estradas conduzem a Roma. Igualmente, toda religiao conduz a Deus. Algunas, nem o nomeia, por ser ele inomeavel, indizivel, incomensuravel. Um exemplo sao os taoistas, para quem a inteligencia cosmica e' algo alem daquilo que existe (imanente) e do que esta alem (transcendente). Algumas religioes precisam nomear como "Deus", para que de um modo mais personalizado consigamos entender o que e' essa totalidade.

Re-Ligar. Esse e' o significado latino de "religiao". Religar com o que? Essa e' a grande pergunta! Consigo mesmo. Com a essencia. Com o espirito. Com a luz. Com o todo.

Ha aqueles que negam a espiritualidade por nao gostar das instituicoes. Hoje fiquei pensando a respeito de alguns dos meus encontros nesta viagem: pessoas nao religioesas e ate nao-crentes em nada. Mas, mesmo essas, acreditavam que ao ter a consciencia, isso bastava. Pois bem, a re-ligacao consigo mesmo...

O importante, no fim das contas, nao e' a religiao em si. E' tratar bem as pessoas. SEr uma pessoa boa. Assim como eu vejo. A religiao facilita, na medida em que a gente pode trocar ideias com outras pessoas buscando a mesma coisa. Por isso, cada religiao e' um caminho. Cada um escolhe o seu. E, tendo pessoas no caminho comum, isso auxilia na nossa compreensao.

Quando mudei de religiao, nao senti que estava me convertendo. Agora vejo porque: porque ja sou um crente. Acredito que ha uma forca superior criadora. Apenas mudei de caminho, para um mais adequado `as minhas crencas e necessidades.

Aqui estou aprendendo a respeitar as pessoas, sejam religiosas ou nao. Porque cada um faz o que pode, mostra o que e', da o que tem. Eu, na minha crenca e cada um que acredite no que quer.

Peguei bus para Nazareth. Peguei minhas coisas no hostel. E deixei um almoco pra turma. Um shuter (van-taxi compartilhado) para Tel Aviv. Cidade grande. Gente de tudo quanto e' tipo. Mundo urbano. So amanha por aqui. Depois, o grande dia: JERUSALEM!





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